Labels:text | font | black and white | paper | document | publication OCR: D' ›ESDE 1945, muitos países latino- americanos passaram por governos militares. Tais governos, de modo geral, justificavam a tomada do poder como necessária para a manutenção da lei e da ordem. Muitos deles usaram a tortura e os assassinatos contra seus opositores. O GOLPE NO CHILE O mais espetacular dos golpes militares aconteceu no Chile, em 1973. O Chile havia sido uma democracia bem-sucedida no período pós-1945. Nas eleições de 1970, Salvador Allende (1908-1973), um socialista, foi eleito presidente. Em 1973, o general Augusto Pinochet (nascido em 1915), chefe das Forças Armadas, deu um golpe militar. Allende morreu durante o golpe. Milhares de partidários do presidente deposto foram presos, e muitos foram torturados e executados. Pinochet governou o Chile como ditador por dezesseis anos. Foi derrotado na eleição presidencial de 1989. A GUERRA SUJA NA ARGENTINA A Argentina enfrentou uma série de golpes e regimes militares. Depois do golpe que derrubou Isabel Perón (nascida em 1931), em 1976, o governo militar deu início à "guerra suja", uma campanha de terror contra os opositores políticos. Esquadrões da morte apoiados pelo governo sequestraram e assassinaram milhares de pessoas. A GUERRA DAS MALVINAS Em dezembro de 1981, o general Leopoldo Galtieri (nascido em 1926) tornou-se presidente da Argentina. Pretendia retomar dos britânicos as ilhas Falkland (Malvinas para os argentinos), na costa da Argentina. Em abril de 1982, soldados argentinos ocuparam as ilhas. A primeira-ministra britânica Margaret Thatcher (nascida em 1925) enviou uma grande força-tarefa e, depois de violentas batalhas, os britânicos retomaram as ilhas no fim de maio. Em 14 de junho, a Argentina rendeu-se. Mais de 250 soldados britânicos e 1.000 argentinos morreram nos combates. Com a derrota, o civis voltaram a governar a Argentina. DITADURA NO BRASIL Em 31 de março de 1964, um golpe levou os militares ao poder no Brasil. Durante boa parte do governo militar, a oposição foi sufocada por meio de prisões, exílio e cassação de direitos políticos. A imprensa viveu sob censura prévia e organizações guerrilheiras foran desmanteladas com métodos que incluíam tortura e prisões sem mandado. Em 1985 os civis voltaram ao governo. Quatro anos depois, foram realizadas eleições diretas para presidente. NICARÁGUA E ESTADOS UNIDOS Os EUA apoiaram governos militares na América do Sul e Central para conter o avanço do comunismo. O governo da Nicarágua, por exemplo, foi apoiado pelos EUA por muitos anos. Mas, durante a presidência (1977-80) de Jimmy Carter (nascido em 1924), os norte-americanos retiraram o apoio ao presidente Anastasio Somoza (1925-1980), em função do sistemático desrespeito de seu governo aos direitos humanos. Somoza foi derrubado pelo movimento guerrilheiro sandinista em 1979. A GUERRILHA DOS CONTRAS O sucessor de Carter, Ronald Reagan (nascido em 1911), era muito hostil ao governo sandinista nicaragüense, liderado pelo marxista Daniel Ortega (nascido em 1945). Reagan apoiou os guerrilheiros contras em guerra com os sandinistas. Em 1984, o Congresso norte-americano cortou a ajuda oficial aos contras, mas o serviço secreto dos EUA continuou a lhes fornecer armas e suprimentos. Os sandinistas deixaram o poder em 1990, derrotados em uma eleição democrática.
